sábado, 22 de setembro de 2007

Soneto I

Em meio às flores nesta fria primavera
Busco agora meu passado tão presente
Lembranças do teu corpo tão carente
Um dia nos meus braços estivera

Silenciosos, os meus passos vão errantes
Do meu lado um alguém que já não vejo
Eu talvez jamais desfaça meu desejo
De te amar e te querer bem mais que antes

Dos meus lábios entrego-te a vida
Que por instantes pareceu-me um clamor
Minh’alma vaga longe e escondida

Procurando incessante um sabor
Leve e puro de uma brisa incontida
Que por vezes eu chamei de Teu Amor.

Cinco Letras

Os dias nascem, eu acordo no escuro
Os outros vivem, eu só penso em não pensar em
Meu coração se perde em ruas e esquinas
Assim que o dia se faz noite e diz adeus pra mim
Do seu olhar eu guardo apenas lembranças
Que eu nem sei onde se perderam
Pode ser que eu renasça das cinzas
Mas o mais certo é que eu morra de tanto gritar.

As guerras no mundo não são nem um segundo
Do meu sofrimento mais profundo
A morte suspirou no meu ouvido
Mas o seu frio me fez acordar
Vem cá me diz o que eu fiz de errado
Te perdi, mas eu não sei bem onde
As cinco letras que escrevem seu nome
Me lembram tudo o que não pude esquecer.

Sempre que eu via você tão sozinha
Eu não sabia o que você sentia
Mas nada nunca foi assim tão calmo
Como as estações de um dia claro
Pode vir sol, chuva ou tempestade
Que eu vou te buscar aonde você for
Mesmo os nossos sonhos mais perfeitos
Não sabem dizer se é amor ou saudade.

quarta-feira, 19 de setembro de 2007

Espaço

Um dia,
Um momento,
Um lugar.
Uma voz,
Uma imagem,
Um olhar.
Uma estranha,
Um estranho,
Um desejo.
Uma noite,
Um sorriso,
E um beijo.

terça-feira, 18 de setembro de 2007

IV

Se fosse estranho estar tão só
Não veria o olhar que persegue
As noites e os dias sem cansar
Quem sabe encontre-me por aí

Se fosse simples não pensar
Em tudo o que pode acontecer
Não esqueço, eu tento eu vou
Seguir até não saber parar

Uma vez, percebi seu rosto
E da segunda, vi só sorriso
Meu caminho abriu e o tempo
Fechou ao nascer setembro

E na reta estrada de pedra
Na luz do vento e do ardor
Na estrela que caiu no mar
Vi uma chance, vi um talvez.

domingo, 16 de setembro de 2007

Sobre o Tempo

Acho que eu nem sei o que pensar
mais um pouco eu desisto de procurar
Um alguém que me faça feliz
Continuo no meu erro de insistir
Em dizer que só você me faz sentir
Que é possível viver

E é assim que eu tento continuar
Sem você aqui
A indiferença que eu vejo em você
Não me faz melhor
Mas um dia eu te faço ver
Eu não quero te fazer sofrer

Então vem,
Deixa o tempo se acertar
Espera um dia vou te encontrar
E fazer direito dessa vez.
Não tente fugir
Não suporto a dor de ver alguém partir
Aquela história de não ter razão
Esqueça tudo e me dê a mão.

É tão simples perceber que já não há
Uma chance p'ra tentar me explicar
E ver você entender
Que nossa história já começa pelo fim
Mas todos sabem não precisa ser assim
Abre a porta e deixa o sol bater.