sábado, 27 de outubro de 2007

Quadros e Espinhos

Um sopro leve carrega os sentidos
Lento e constante segue adiante
Leva a memória há tempos perdida
Dos dias dos melhores sorrisos
Das tardes, das ondas e momentos.

São só palavras que nada dizem
Tentam encontrar nos versos razão
Pedaços das fotos do nosso passado
Vão carentes errando o caminho
Buscando a resposta um dia negada.

A casa vazia, a porta fechada
Os meus quadros verdes hoje são cinza
Não voam mais as folhas caídas
Tombadas pela força das tempestades
Hoje são meros recortes distorcidos.

Tão estranho com tudo pode ser
Tento fugir, escapar das consequências,
Mas às vezes chega em mim a vontade
De voltar e trazer você de novo
Para mim, para nós, para sempre.

quarta-feira, 26 de setembro de 2007

Canção do Fim

Será que ninguém vê
O que acontece por aqui
Eu vejo sempre os mesmos
E sempre as mesmas coisas
Será que é só miragem
Essa fome, essa miséria
Que há tempos não nos deixam
Viver o amanhã
Será que eu tenho alma
P'ra poder vender pra alguém
Afinal, o que nos resta
Foi só ódio e ilusão
Mas eu tenho e acredito
No futuro que é nosso,
Nas coisas que me dizem,
E em tudo o que eu sinto
É tão simples e estranho
Ver que a vida não me diz
Que talvez no fim do dia
Pode haver a salvação.

sábado, 22 de setembro de 2007

Soneto I

Em meio às flores nesta fria primavera
Busco agora meu passado tão presente
Lembranças do teu corpo tão carente
Um dia nos meus braços estivera

Silenciosos, os meus passos vão errantes
Do meu lado um alguém que já não vejo
Eu talvez jamais desfaça meu desejo
De te amar e te querer bem mais que antes

Dos meus lábios entrego-te a vida
Que por instantes pareceu-me um clamor
Minh’alma vaga longe e escondida

Procurando incessante um sabor
Leve e puro de uma brisa incontida
Que por vezes eu chamei de Teu Amor.

Cinco Letras

Os dias nascem, eu acordo no escuro
Os outros vivem, eu só penso em não pensar em
Meu coração se perde em ruas e esquinas
Assim que o dia se faz noite e diz adeus pra mim
Do seu olhar eu guardo apenas lembranças
Que eu nem sei onde se perderam
Pode ser que eu renasça das cinzas
Mas o mais certo é que eu morra de tanto gritar.

As guerras no mundo não são nem um segundo
Do meu sofrimento mais profundo
A morte suspirou no meu ouvido
Mas o seu frio me fez acordar
Vem cá me diz o que eu fiz de errado
Te perdi, mas eu não sei bem onde
As cinco letras que escrevem seu nome
Me lembram tudo o que não pude esquecer.

Sempre que eu via você tão sozinha
Eu não sabia o que você sentia
Mas nada nunca foi assim tão calmo
Como as estações de um dia claro
Pode vir sol, chuva ou tempestade
Que eu vou te buscar aonde você for
Mesmo os nossos sonhos mais perfeitos
Não sabem dizer se é amor ou saudade.

quarta-feira, 19 de setembro de 2007

Espaço

Um dia,
Um momento,
Um lugar.
Uma voz,
Uma imagem,
Um olhar.
Uma estranha,
Um estranho,
Um desejo.
Uma noite,
Um sorriso,
E um beijo.

terça-feira, 18 de setembro de 2007

IV

Se fosse estranho estar tão só
Não veria o olhar que persegue
As noites e os dias sem cansar
Quem sabe encontre-me por aí

Se fosse simples não pensar
Em tudo o que pode acontecer
Não esqueço, eu tento eu vou
Seguir até não saber parar

Uma vez, percebi seu rosto
E da segunda, vi só sorriso
Meu caminho abriu e o tempo
Fechou ao nascer setembro

E na reta estrada de pedra
Na luz do vento e do ardor
Na estrela que caiu no mar
Vi uma chance, vi um talvez.

domingo, 16 de setembro de 2007

Sobre o Tempo

Acho que eu nem sei o que pensar
mais um pouco eu desisto de procurar
Um alguém que me faça feliz
Continuo no meu erro de insistir
Em dizer que só você me faz sentir
Que é possível viver

E é assim que eu tento continuar
Sem você aqui
A indiferença que eu vejo em você
Não me faz melhor
Mas um dia eu te faço ver
Eu não quero te fazer sofrer

Então vem,
Deixa o tempo se acertar
Espera um dia vou te encontrar
E fazer direito dessa vez.
Não tente fugir
Não suporto a dor de ver alguém partir
Aquela história de não ter razão
Esqueça tudo e me dê a mão.

É tão simples perceber que já não há
Uma chance p'ra tentar me explicar
E ver você entender
Que nossa história já começa pelo fim
Mas todos sabem não precisa ser assim
Abre a porta e deixa o sol bater.

terça-feira, 11 de setembro de 2007

Tarde de Setembro

Quantas horas passam e quantos dias mudos
Seu olhar me mostra que o pesar é tão cruel
Do meu lado fica a dor, do outro a tristeza
Escuto o silêncio quando o meu relógio pára
Ouço histórias repetidas, mil acasos do destino
Meu espírito partido segue linhas tortuosas
Das estrelas busco a luz me engano no caminho
A certeza que eu tinha nunca trouxa a resposta

Se te vejo eu desperto tenho esperança e força
É assim que tudo passa, somos só eu e você
São os dias que eu não sinto, meu desejo é tão simples
Muito mais do que o mundo é você meu ideal

O que chamam amizade hoje chamo solidão
Não há vozes nem pessoas que me dêem razão
Tantos medos com motivos, tanta dor, desolação
Vem, me diz o que eu faço se há só desunião
Vejo então a tempestade escapar do horizonte
Eu sei que nada é certo e a noite inconstante
O amanhecer é belo, à tarde o vento esconde
Só o ódio nos completa se não vemos um sentido.

Se te vejo eu descubro que é simples o amor
Um olhar, o que eu preciso p'ra saber o que falar
Por te conhecer eu esqueço o nosso sofrimento
Vivo a vida do meu jeito e esqueço o futuro.

sábado, 1 de setembro de 2007

Destino

O sol já ia longe no horizonte, trazendo a conhecida coloração avermelhada aos céus daquela terra distante. As nuvens que rodeavam o astro maior do Universo formavam desenhos muitas vezes incomuns aos olhos humanos. Uma pequena aldeia se escondia do mundo bem ali, naquela terra onde as crianças podiam correr e brincar sem o menor perigo. A aldeia era um tanto minúscula, chamava-se Dovernhein, tinha apenas umas vinte casas espalhadas numa área de cerca de quatro quilômetros quadrados, tinha apenas um celeiro, um armazém e um ferreiro, única opção para as famílias fazerem suas costumeiras compras semanais. Tinha também umas duas fazendas onde se produzia os mantimentos necessários á sobrevivência da população. Ao sul da aldeia, linda e imensa uma cachoeira fazia-se notar a quem se aproximava. Suas águas, exuberantes e frias, faziam a alegria da população durante o quente verão daquele lugar. À leste e a oeste havia apenas florestas e mais florestas, e, ao norte um descomunal relvado ocupava o caminho até as montanhas. E, no centro do relvado, havia uma rocha do tamanho de uma casa, que o povo conhecia como Dephis, a rainha solitária. E em cima desta rocha, Julian, um rapaz de 17 anos, observava o pôr-do-sol. Descansando de um exaustivo dia de caçada, Julian deixava os pensamentos vagarem na sua cabeça se o menor aviso. Pensava no seu pai, trabalhando no armazém; pensava na sua irmã pequena aos cuidados da velha Matilda, uma senhora já com seus sessenta anos e que conhecia sua família há anos. Pensava na sua mãe, morta há uns cinco anos pelas mãos de ladrões, que na época invadiram sua casa. Sempre que pensava nela, ele sentia um aperto no coração. Ela não podia ter me deixado tão cedo, ele sempre dizia a si mesmo.

Hoje fora uma boa caçada, mas já tivera melhores. Abatera um veado apenas. Sempre em suas caçadas, o garoto levava consigo um belo arco de carvalho, sua espada curta, forjada pelo ferreiro local e uma fáretra com algumas flechas, necessárias para uma presa mais afastada. Não era um exímio arqueiro, mas um alvo a 50 metros não escapava ileso. Não sou excepcionalmente bom, mas sou suficientemente bom, ele sempre pensava nisso ao atirar suas setas. Depois de quase duas horas observando o horizonte, quando as primeiras estrelas coroavam a lua, decidiu-se ir para casa. Desceu da pedra, apanhou arco, embainhou espada e aljava, botou o animal abatido nos ombros e partiu para casa. Seu lar ficava a uns dois quilômetros da pedra, era uma boa caminhada. Sua caminhada em direção a casa levou-o a andar pela orla da floresta a leste da aldeia. A floresta era muito escura e densa, e transmitia um ar hostil a quem passava por perto. Depois de algum tempo que já caminhava pela orla da floresta, Julian ouviu um ruído incomum vindo da mesma. Ele parou forçando os olhos para enxergar a floresta através da escuridão. Seguiu decidido que o barulho viera de sua imaginação. Mas, segundos depois, o barulho repetiu-se, desta vez mais intenso. O ruído agora lembrava um serra metálica serrando metal. Largando o veado no chão e desembainhando sua espada, seguiu em direção ao barulho, ciente da escuridão que o cercava. Caminhou silenciosa e atentamente até tocar a primeira arvore. Penetrou na floresta. Lá dentro a claridade era extremamente inexistente, se não fosse a lua, seria total, obrigando-o a forçar ainda mais sua visão para poder distinguir alguma coisa do escuro. Um brilho prateado raiou à sua esquerda, tomando-lhe a atenção. Observou alguns instantes tentando definir o brilho, mas fracassou também. Por fim, após quase meia hora de procura não achou nada que pudesse ter produzido semelhante barulho. Julian ia se se virara para voltar ao relvado, quando um pesado objeto acertou-lhe a têmpora direita fazendo-o tombar com uma dor lancinante na cabeça. Um líquido quente escorria pelo lado do seu rosto deixando-o exasperado. Desnorteado pela violenta pancada que recebera, tentou pôr-se de pé para poder lutar, mas nem levantara a espada para o revide, uma outra pancada nas pernas o fez cair novamente. O sangue deixava seu corpo em razoável velocidade, deixando-o sem forças suficientes para realizar um movimento qualquer. Foi perdendo a consciência lentamente, e a ultima coisa que conseguiu perceber antes de desmaiar por completo, era que estava sendo carregado.

O acordar

A dor em sua cabeça parecia não ter fim. Julian descobriu que a dor vinha quase que totalmente do lado direto de sua cabeça. Os braços e pernas também pareciam ter sofrido vários abusos. Finalmente acordara depois de ter dormido o que pareceram dias. Onde estou? O que será que aconteceu comigo? Lentamente as lembranças iam se formando em sua cabeça fazendo-o recordar o que acontecera. A Quando chegou ao momento em que lutava para derrotar os inimigos na escuridão, levantou-se de sobressalto. A luz forte quase o cegara instantaneamente de tão forte. Cobriu os olhos com as costas da mão esquerda enquanto se esforçava para se acostumar com a escuridão. O suor lambia-lhe as têmporas, nervoso e assustado agora que percebia a extensão do ocorrido. Alguém me seqüestrou! Pensou de imediato. Rapidamente olhou em volta para tentar descobrir onde estava. A respiração falhou. Viu-se numa sala pequena e circular toda branca sem janelas, e com apenas uma porta sem maçaneta com aspecto metálico que provavelmente dava para um outro aposento. Várias mesas estavam dispostas de forma que ficassem como um balcão ao redor da sala, colado à parede circular. As mesas estavam todas cobertas com tecidos extremamente brancos de aspecto limpo, e, por cima dos tecidos, uma grande variedade de pequenas ferramentas de metal cromado, incluindo uma espécie de faca com várias pontas e algo que se parecia com um bisturi médico. E numa mesa mais afastada, bem ao fundo da sala, estavam seu arco, espada e fáretra. A visão de seu armamento deixou-o mais tranqüilo. Pulou da cama, e, assim que pôs os pés no chão, percebeu que estava praticamente nu, se não fosse uma rudimentar roupa de baixo que usava no momento. Agradeceu por não terem amarrado ele à cama, pois se o tivessem feito, estaria agora extremamente desesperado. Chegou até a porta metálica e pôs-se a descobrir algum jeito de abri-la. Não tendo encontrado nenhum modo satisfatório, pôs-se a chutar, socar e a porta para que alguém do outro lado pudesse ouvir seu pedido de socorro. Passaram-se longos minutos, o que lhe pareceram horas, até que decidiu que gritar e chutar a porta não ia ajudar na sua vã tentativa de fugir daquele quarto estranho. Apoiou as costas contra a porta arquejando violentamente na busca de mais ar para seus pulmões. Decidiu então voltar para a sua cama e esperar para ver se alguém ia aparecer pela porta. Assim que deitou a cabeça no colchão macio, pode sentir uma coisa que até agora passara despercebida: fome. Seu estômago roncou clamando por comida, e a única coisa que Julian pode fazer foi colocar a mão sobre a barriga, como se tentasse acalmar a fúria do seu amigo interior.

Já cochilava tranquilamente, quando um som batidas na porta o fez acordar. Sentou-se tenso na cama esperando pelo que poderia vir a seguir. Quando menos esperava, a porta foi sendo sugada pela parede lentamente.

Os seres estranhos

A visão a seguir quase o fez cair no chão de estupefato. Uma luz clara, mais clara do que a luz que estava em seu aposento, emanou da porta assim que ela se abriu. No momento em que se perguntava se deveria atravessar ou não o portal, umas silhuetas altas apareceram do outro lado do portal ocultando a luz que vinha da outra sala. Uma por uma as figuras entraram na sala. A cada uma que entrava, Julian se afastava mais para o fundo do quarto. No total, cinco seres irromperam no quarto. O primeiro pensamento que ele teve sobre as criaturas era que nunca ele tinha visto ou ouvido falar em sua vida. Eram seres altos, quase dois metros e meio, os braços largos e finos, assim como os dedos das mãos e dos pés. Eram tão altos quanto magros, parecendo serem feitos apenas por ossos. Eles tinham uma coloração azul atípica dos seres normais. Era um azul turquesa claro, e a pele era tão fina que era possível distinguir cada um dos seus órgãos internos. A cabeça e o rosto deles eram extremamente semelhantes, não tinham pêlos e todos eles com olhos pequenos incrustados na fenda orbicular. Seus narizes eram nada mais do que duas fendas postas no centro do rosto e a boca, até aquele momento, Julian não conseguira enxergar. Assim que entraram na sala, os seres puseram sua atenção em Julian, e, após alguns minutos, passaram a dialogar entre si num idioma totalmente desconexo. O que se podia perceber era que, enquanto falavam, das criaturas emergia uma voz que Julian reconheceu ser aquela que havia chamado a sua atenção na orla da floresta de Dovernhein. Aproveitando-se da distração dos seres azuis, Julian se aproximou da mesa onde jazia seu equipamento de caça. Os seres acompanharam-no com os olhos enquanto ele armava uma flecha. O tiro foi certeiro: a seta atravessou o bicho da frente bem entre os olhos. Agora era torcer para ele morrer. Um líquido de coloração indefinida escorreu pelo rosto do bicho acertado. Um segundo depois ele tombava sem vida no chão. Os outros seres, tomados pela cólera avançaram para Julian. Vendo que não adiantaria mais usar o arco, jogou-o no chão, pegou sua espada e a rodou no ar correndo em direção aos inimigos. Conseguiu ver vários braços turquesa-claros caindo no chão. Num momento de desatenção enquanto olhava para os braços caídos. Um chute acertou-lhe o estômago, fazendo-o cair no chão. Caído, viu um deles se aproximar, e sem nem mesmo pensar cortou-o na altura dos joelhos. Julian se levantou e cravou a espada no meio do peito do bicho caído. Olhou para os outros três restantes, cheio de cólera. Partiu para cima deles sem medir sua força, movido apenas pela vontade de sair dali. Passados uns vinte minutos de batalha incessante, Julian conseguiu manchar todo o quarto, ora branco, de um sangue de cor escura indefinida. Arfando devido ao esforço que havia feito, largou a espada no chão, provocando um estalido agudo. Exausto, caminhou em direção à porta e cruzou-a. A nova sala era bem mais espaçosa que o quarto que habitara anteriormente. Observara várias cadeiras em frente a telas de vidros em que apareciam várias imagens que Julian considerou serem letras. Olhou mais em volta. Parecia que ele tinha acabado com todas aquelas criaturas horrendas e azuis. Janelas e Portas! E pela primeira vez descobriu uma porta pela qual talvez pudesse sair e janelas naquele lugar. Andando lentamente em direção às janelas, apoiou as mãos contra o vidro frio. Olhou através delas. O que via era outra coisa inédita em sua vida. Uma imensidão negra pontilhada por pontos brilhantes que Julian jurou serem estrelas. E, bem no meio da imensidão negra, uma esfera azul gigantesca que ele nunca antes tinha visto, estava flutuando bem do outro lado do vidro. E, por um momento, ele se sentiu sozinho.

segunda-feira, 13 de agosto de 2007

As Horas


Tantas são as horas, eu nem sei se mesmo vivo
Castanhos são os olhos que me tornam inativo
Ouço vozes distorcidas no meu cérebro lascivo
É tudo o que eu penso, pensamento corrosivo.

Tua imagem se reflete no meu peito cansativo
O relógio do meu tempo corre hoje depressivo

Abandono o caminho se me encontro dispersivo
Nos seus olhos a pureza me faz mais que cativo.

Se eu tento te falar, algo falha, eu me esquivo
Não encontro a resposta, eu não vejo o motivo
Num momento claro vejo, é desta vez definitivo
Descobri, é te querer o meu verbo intransitivo.

terça-feira, 7 de agosto de 2007

Girassol

Você me faz pensar quando não quero lembrar
Meus olhos se fecham no escuro refletir
Sua forma e sorriso penetram minha mente
A ânsia do seu toque se faz bem de repente
No esforço de esquecer consigo então sorrir
Faço e refaço e desfaço sua imagem
Límpida, inerte flutua lentamente
Olhar triste perdido no longo anoitecer
Encontra a razão no mero espairecer
Por detrás do seu reino, loiro girassol
Sinto estrelas envolverem o pulsar
Disforme as vejo no outono dos tempos
Que ontem, no céu havia a lua
MInh'alma distante juntou-se à sua
Do instante iluminado fez-se o vento
tantos segundos passei a te falar
Sempre oculto me fiz nesses momentos
Um contínuo silêncio perante meu desejo
De dizer o que há, o olhar e o beijo
Até o fim, ficarão em pensamento.

domingo, 1 de julho de 2007

Quem sou

Quem sou eu? Responder a essa questão é mais complicado do que toda e qualquer prova de vestibular do mundo. Às vezes, sério, às vezes engraçado, às vezes alegre e tantas outra triste, pensativo. Meu estado varia como o tempo, que às vezes chove, noutras faz sol. Dizem que sou diferente, eu digo que sou diferenciado. Penso muito, falo muito pouco. Guardo pra mim as idéias e pensamentos. Sou meio solitário, gosto de às vezes me isolar, e melhor lugar pra isso é o lar, lugar onde podemos descansar e poder curtir os pensamento sem que ninguém ouça e venha tirar satisfações. Busco o amor, busco a felicidade, busco o riso e corro atrás do prejuízo. Tento fazer com que as pessoas se sintam bem. Apenas um sorriso alheio é capaz de me alegrar o dia. Meu sonho é uma casa com uma lareira na beira de um lago, no meio do nada, apenas acompanhado da pessoa que ousar me amar pelo resto de nossas vidas. Meu sonho é que eu faça o máximo de pessoas felizes no meu caminho. Meu sonho é ver o sorriso do amor todas as manhãs ao acordar no inverno ou verão. Acredito no mundo, por mais impossível que seja. Acredito nas pessoas, imagino que, se cada pessoa na Terra tomar consciência de seu poder, poderemos mudar esse quadro de desolação que assola o planeta, e, principalmente, nossos corações. Mas, muito antes de pensar na salvação da humanidade, temos que pensar na salvação de cada ser humano, afinal fomos é culpa nossa que o mundo é o que é hoje. Lembro de todas as pessoas que já passaram por minha vida. Todas ficaram. Tomei um pedacinho de cada uma pra mim e incorporei-as ao meu ser. Ou seja, são milhares de pedacinhos que compõe o Carlos Eduardo Sem eles não seria o que sou hoje e nem o que vou ser amanhã. Amanhã. Não vai demorar a chegar. O último dia de cada pessoa. Não temo a morte, temo a solidão. A morte é inevitável, a solidão é impiedosa. Espero que no último minuto de minha vida, quando olhar pra trás, eu diga que fiz o máximo pela minha felicidade, e sem remorso ou culpa, siga o último caminho que todos devem percorrer: o Caminho para a Eternidade.

quarta-feira, 30 de maio de 2007

Dias e noites

Um mundo insano se faz abrir bem aos meus olhos
O frio inferno me espera p'ra expor a solução
Eu corro o mundo na vaga esperança de escapar
De um destino que por vezes achava derrotado
Essa foi a maior de todas as minhas falhas
E sempre que me lembro dos olhos e sorrisos
Eu me pergunto por que eu quero o impossível
Eu quero amor, mas ninguém jamais me ama
Quero viver, mas a vida de gelo se faz prisão
Quanto então posso sorrir para tal felicidade
Rios de lágrimas pago por meu infortúnio
Meus pés descalços latejam no quente asfalto
Estou fugindo não quero mais olhar pra trás
Quero deixa o meu passado, rejeitar o futuro
Pois este revela mais dor e decepção
Eu me ajoelho e peço aos céus que livrem-me
De todo o sofrimento que toma conta do meu ser
Mas cada vez que me levanto deste chão
É mais uma queda e desespero e aflição
Escrevo para você este mísero errante poema
Pra lembrar-te da cumplicidade que um dia
Fez nosso amor ser escrito nas pedras do tempo,
E fez com que teu riso me tirasse o medo
Mas do riso a dor ficou, e amor não sei se há
Pois se dizes não mais me querer que posso fazer
A não ser esperar a desgraça chegar pelas mãos
De um anjo alto, anjo este feio e torto
Não vindo do firmamento, mas sim das profundezas.

terça-feira, 29 de maio de 2007

Quero utilizar esse espaço para publicar alguns escritos meus. São simples, modestos, mas são do lugar mais profundo da minha alma. Muitas das vezes refletem um lado mais melancólico da visão, e outras apenas releituras divertidas do meu ser. Divirtam-se!
E quem quiser me conhecer, e tal, pode visualizar meu perfil no Orkut:
http://www.orkut.com.br/Main#Profile?rl=mp&uid=9453669860454990308
Ass: Carlos Eduardo

Sou o pássaro triste que canta a manhã
Sou a ave calma que tece longos ais
Com olhos pequenos, serenos e amenos
Não querem mais olhar, sofrem a derrota.
Sou o pássaro triste que se perdeu por esta tarde
Sem data nem hora, sem mesmo vôo eu fui embora
Para voltar quem sabe um dia,
Para de onde nem devia ter fugido.
Sou o pássaro triste na escuridão da noite
O canto triste, os olhos tristes
Quem sabe do amor sobra apenas a tristeza
Mas com certeza, do amor só sofrimento.

Mas do pássaro que um dia fora
Nada restou na alma que me pertence
Fiz do ultimo vôo a maior das minhas quedas
Fiz do espaço e tempo eternos inimigos
Fiz da solidão meu presente e meu futuro
Pois das asas que um dia foram minhas
Foram contigo pro infinito tão distante.
Com as tempestades aliadas ao meu ser
Faço com que a chuva escorra dos meu olhos
Faço com que os raios não me deixem cair
No profundo medo de ser sozinho, mas já é tarde
Agora o que resta nem é mesmo esperança.

Meus braços cansados pedem por descanso
Erguidos para o céu à espera de um anjo
Mas imagino que até por eles fui abandonado
E vivo apenas para que a morte me alcance
A distância que nos separa são agora alguns passos.
Talvez num dia desses, calmo e tranqüilo
Numa manhã, numa tarde, numa noite
Eu vá embora no silêncio dos que amam
Pois era eu aquele pássaro, lembra-se?
Eu te perseguia a voar nas alturas
Escapava por um triz das tempestades
Até que um anjo roubou as minhas asas.

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